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quarta-feira, 17 de junho de 2015

A Formiguinha e a Neve


Numa certa manhã de inverno uma formiga saía para o seu trabalho diário. 

Já ia longe procurar comida quando um floco de neve caiu, prendendo o seu pezinho. 

Aflita, vendo que ali poderia morrer de fome e frio, a formiga olhou para o Sol e pediu: 

Sol, tu que és tão forte, derreta a neve e desprenda o meu pezinho? 

E o Sol, indiferente, respondeu: - Mais forte que eu é o muro que me tapa. 
Então a pobre formiguinha disse: - Muro, tu que és tão forte, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho? 

E o muro rapidamente respondeu: - Mais forte que eu é o rato, que me rói. 

A formiga, quase sem fôlego, perguntou: - Rato, tu que és tão forte, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho? 
E o rato falou bem rápido: - Mais forte que eu é o gato que me come. 

A formiga então perguntou ao gato: - Tu que és tão forte, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho? 

O gato responde sem demora: - Mais forte que eu é o cão, que me persegue. 

A formiguinha estava cansada e, mesmo assim, perguntou ao cão: - Tu que és tão forte, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende o meu pezinho?
- Mais forte que eu é o homem, que me bate. 

Pobre formiga! Quase sem força, perguntou ao homem: - Tu que és tão forte, que bate no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho? 
O homem olhou para a formiga e respondeu: - Mais forte do que eu é a Morte que me mata.

Trêmula de medo, olhando para a Morte que se aproximava, a pobre formiguinha suplicou: - Ó Morte, tu que és tão forte, que matas o homem, que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro, que tapa o sol que derrete a neve, desprende meu pezinho.
E a Morte, impassível, respondeu: - Mais forte do que eu é Deus, que me governa. 

Quase morrendo, então a formiguinha rezou baixinho:
- Meu Deus, tu que és tão forte, que governas a morte, que mata o homem que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro, que tapa o sol que derrete a neve, desprende meu pezinho. 

E Deus, que ouve todas as preces, pediu à primavera que chegasse com seu carro dourado triunfal enchendo de flores os campos e de luz os caminhos, e vendo que a formiga estava quase morrendo, levou-a para um lugar onde não há inverno e nem verão e onde as flores permanecem para sempre.

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