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terça-feira, 23 de junho de 2015

A Lenda do Bosque Encantado


A Lenda do Bosque Encantado




Dizem que, há muitos anos, num longínquo país, existiu um bosque encantado. A jovem princesa daquele reino, desobedecendo aos conselhos dos mais velhos, decidiu visitá-lo.
Montada em seu cavalo branco, deu de cara com um jovem lenhador, chamado Daniel:
- Não vá mais adiante, princesa, ou nunca mais voltará.
Como era muito audaciosa, ela esporeou seu cavalo e entrou na mata espessa.
Os dias se passaram sem que ninguém soubesse da princesa.
- Darei a mão de minha filha e o governo do reino a quem me devolvê-la sã e salva. - ofereceu o soberano.
O lenhador Daniel pegou sua flauta e seu machado e embrenhou-se no bosque, chamando pela princesa.
- Estou prisioneira do velho carvalho! - ouviu-a gritar.
O rapaz correu até o local e começou a dar machadadas no tronco, mas seus potentes golpes não serviam para nada.
Uma voz cavernosa, a do carvalho, disse:
- Nunca conseguirá me derrubar. Estava farto de minha solidão e apoderei-me da princesa. Vá embora daqui!
- Velho carvalho, se o que quer é companhia, eu a conseguirei para você.
E começou a tocar em sua flauta uma melodia tão bela, que os pássaros, que nunca vinham a este lugar tão sombrio, invadiram até mesmo os galhos do carvalho. E todos juntos começaram a cantar.
- Lenhador, você me proporcionou companhia e lhe devolverei a princesa.
Ouviu-se o som de galhos partidos e a princesa, comovida, estendeu a mão a Daniel.
Os jovens foram felizes e o povo teve um rei prudente e honrado.

domingo, 21 de junho de 2015

O MÁGICO DE OZ

O MÁGICO DE OZ

O MÁGICO DE OZ, história infantil para crianças
História Infantil O magico de Oz
Doroti vivia numa fazenda com a tia Ema e o tio Henrique. A menina tinha um cãozinho chamado Totó e passava o tempo todo brincando com ele.
Um dia, houve uma ventania tão forte que a casa da fazenda foi levada pelos ares.
Doroti e Totó, que estavam lá dentro, foram carregados para a terra de Oz.
Na terra de Oz havia quatro fadas. Duas eram boas e viviam uma no Norte e outra no Sul. Duas eram más e moravam no Leste e no Oeste. Quando a casa da fazenda caiu no chão, esmagou a Fada Má do Leste e ela morreu.
A Boa Fada do Norte agradeceu a Doroti por ter libertado os comilões, que viviam escravizados pela Fada Má do Leste. Depois a Fada ofereceu ajuda a Doroti.”Só o Mágico de Oz pode ajudar você a sair desta terra. Calce os sapatos encantados, que pertenciam à Fada Má do Leste. Depois siga a estrada de tijolos amarelos até a Cidade das Esmeraldas. Lá mora o Mágico de Oz”.
Doroti agradeceu e pôs-se a caminho, levando Totó. Logo adiante encontrou um Espantalho pendurado num tronco. Doroti soltou-o e ele disse que queria ter um cérebro para poder pensar. Então Doroti convidou: “Venha comigo. O Mágico de Oz lhe dará um”.

Mais adiante, os três encontraram um Lenhador de Lata, que desejava possuir um coração. “Venha conosco até a Cidade das Esmeraldas”, convidou Doroti. “O Mágico de Oz lhe dará um”.Assim, o Lenhador de Lata também seguiu com eles.
Logo depois, os quatro encontraram um Leão. Ele rugiu para assustá-los. Totó latiu e o Leão tentou mordê-lo, mas Doroti deu um tapa no nariz do Leão, dizendo: “Que covardia, atacar um cãozinho tão pequeno!” “sou covarde mesmo. Mas bem que gostaria de ser corajoso”, respondeu o Leão. “Venha conosco. O Mágico de Oz dará coragem.”
Os cinco amigos viajaram muitos dias pela estrada de tijolos amarelos. Depois de várias aventuras, chegaram ao castelo do Mágico de Oz. Um de cada vez foi levado à sala do trono para falar com ele.
O Leão pediu ao mágico que lhe desse coragem. O Lenhador de Lata queria um coração. O Espantalho pediu um cérebro e Doroti queria voltar para a fazenda de seus tios. O Mágico de Oz prometeu atender ao pedido de todos, se eles matassem a Fada Má do Oeste.
Os cinco amigos seguiram para o poente. À noite, a fada Má do Oeste enviou seus lobos contra eles, mas o Lenhador de Lata matou todos com seu machado.
No dia seguinte a Fada Má do Oeste mandou seus corvos selvagens atacarem Doroti e os amigos. O espantalho enfrentou os corvos e torceu o pescoço de um por um.

A Fada Má do Oeste ficou furiosa e chamou seu macacos alados.Eles carregaram Doroti, Totó, o Leão, o Lenhador de Lata e o Espantalho para o castelo da bruxa.
A Fada Má do Oeste amassou o Lenhador de Lata e tirou a palha do Espantalho. Depois, prendeu o Leão numa carroça e obrigou-o a trabalhar para ela dia e noite.“Agora vou transformar seu cãozinho num verme”, disse a Fada Má a Doroti.
A menina ficou com tanta raiva da Fada Má, que pegou um balde de água e jogou em cima dela.” Socorro!”, gritou a bruxa. “Estou encolhendo!” Era verdade. A água fazia a bruxa diminuir de tamanho. A bruxa foi ficando cada vez menor, até que sumiu.
Os Pisca-piscas, escravos da bruxa, agora estavam livres. A pedido da Boa Fada do Sul, eles desamassaram o Lenhador de Lata, rechearam de novo o Espantalho e soltaram o Leão.
Doroti e os amigos voltaram ao castelo do Mágico de Oz. O Espantalho ganhou um cérebro, o Lenhador de Lata conseguiu um coração, e o Leão obteve coragem.
A Boa Fada do Sul disse a Doroti que ela podia voar com os sapatinhos encantados que a Boa Fada do Norte lhe dera Doroti despediu-se dos amigos e voou para fazenda de seus tios, levando o Totó nos braços

A Princesa e o Sapo




A Princesa e o Sapo








Era uma vez uma bondosa princesa muito bonita, que vivia num reino muito distante.
Um dia, sem querer, a princesa deixou cair uma bola dentro de um lago. Pensando que a bola
estivesse perdida, começou a chorar. — Princesa, nãochore. Vou devolver a bola para você. — disse um sapo. Pode fazer isso? – 
perguntou a princesa. — Claro, mas, só farei em troca de um beijo. A
princesa concordou. Então, o sapo apanhou a bola, levou-a até os pés da
princesa e ficou esperando o beijo. Mas, a princesa pegou a bola e
correu para o castelo. O sapo gritou: — Princesa, deve cumprir a sua
palavra! O sapo passou a perseguir a princesa em todo lugar. Quando ia
comer, lá estava o sapo pedindo a sua comida. O rei, vendo sua filha
emagrecer, ordenou que pegassem o sapo e o levassem de volta ao lago.
Antes que o pegassem, o sapo disse ao rei: — Ó, Rei, só estou cobrando
uma promessa. — Do que está falando, sapo? Disse o rei, bravo. — A
princesa prometeu dar-me um beijo depois que eu recuperasse uma bola
perdida no lago. O rei, então, mandou chamar a filha. O rei falou à
filha que uma promessa real deveria ser cumprida. Arrependida, a
princesa começou a chorar e disse que ia cumprir a palavra dada ao sapo.
A princesa fechou os olhos e deu um beijo no sapo, que logo pulou ao
chão. Diante dos olhos de todos, o sapo se transformou em um belo rapaz
com roupas de príncipe. Ele contou que uma bruxa o havia transformado em
sapo e somente o beijo de uma donzela acabaria com o feitiço. Assim, ele
se apaixonou pela princesa e a pediu em casamento. A princesa aceitou.
Fizeram uma grande festa de casamento, que durou uma semana inteira. A
princesa e o príncipe juntaram dois reinos e foram felizes para sempre.

sábado, 20 de junho de 2015

Menino Feliz

Menino Feliz



Todo menino ou menina deveria ser feliz. Hoje vou contar a história de um menino que se chamava Riso.
E como todo bom Riso ele era feliz.
Seus pais, já eram velhinhos quando ele nasceu. Ele veio num momento onde já não havia mais esperanças.
Muitas crianças nascem assim. Quando tudo parece que não vai ter jeito, Deus dá um jeito.
Eu acho que Deus quer que a gente encare a vida assim! Confiando nele, pois somos filhos da sua promessa.
E é assim que toda criança deve ser. Pelo menos é assim que o nosso Papai do Céu quer para cada criança. Mesmo que você não tenha seu pai ou sua mãe… mesmo que haja tanta coisa ruim que rola em sua casa… tem um papai do céu, o pai da promessa que te vê com carinho e que quer te ver feliz, pois Ele também tem um filho e Ele sabe o que é isso. O coração do pai fica feliz quando você vence, quando você acerta. Ele está sempre torcendo por você. Por isso Ele te ama!!!
E quer saber… o menino Riso era assim também. Tudo era motivo de festa, tudo era motivo de alegria. Quando ele foi desmamado teve até uma festa para o menino Riso.
E assim foi crescendo o menino. Entre pastos verdejantes. Gados, ovelhas, bodes, riachos. Menino paparicado. Menino feliz. Que pulava, gritava, subia em árvores, que nadava no riacho. Que estava sempre feliz, pois seu nome era Riso.
Era um menino curioso, que gostava de passear com o pai. Que perguntava as coisas. O pai era o seu herói.
E assim ele foi crescendo, crescendo. Um dia ele foi chamado para fazer uma viagem com o pai. Era uma viagem longa, prum lugar chamado Moriá. Lá seu pai iria fazer um sacrifício. Fazia parte da religião do seu pai e por isso ele deveria ir.
O menino Riso estava todo feliz como sempre. Viajar sempre é bom e ainda com o seu pai. Estava tudo preparado. Ia até dois empregados seu… Tinha muita comida gostosa que mamãe Sara preparou para comerem no caminho. Tudo arrumadinho, até madeira tinha para o sacrifício. E assim eles viajaram por um dia: descansaram, comeram e conversaram. O pequeno Riso percebeu um certo ar de preocupação no olhar do pai, mas não se importou, pois seu pai sabia de tudo. E assim viajaram mais um dia. Riso perguntava muitas coisas, ia à frente, corria, ficava cansado, pedia para descansar, pedia água, comida… E assim foi mais um dia de viagem. No terceiro dia, seu pai avistou o monte e falou para os empregados ficarem ali, cuidando do jumento, das coisas de viagem que ele e o menino iriam fazer o sacrifício, mas voltariam depois.
O menino Riso, com seus olhos observadores vê o pai separando a madeira colocando em seus ombros, vê as brasas fumegantes para o fogo, uma faca. Percebe que falta algo. O pai esquecera de algo… porém percebe o olhar distante do pai.
É melhor segui-lo em silêncio. Não é momento para risos ou palhaçadas. É um momento solene. Porém uma dúvida paira no seu coração.
E ele não consegue mais segurar sua dúvida… pois todo menino é muito perguntador:
- Pai!
- Sim meu filho?
- O senhor não está esquecendo nada? Olha… tem a brasa, a madeira e a faca… Mas cadê o cordeirinho para ser morto?
- Ah filho… Deus vai arrumar o cordeirinho.
O pequeno Riso prossegue feliz com o seu pai, pois ele confia nele e seu Pai confia em Deus.
E assim chegam no lugar do sacrifício.
É… este é um lugar de decisões. Onde muitas coisas acontecem pela fé. E lá estava o menino feliz e o pai da fé.
O menino feliz percorre os olhos e não vê cordeirinho coisa nenhuma. Começa a ficar apreensivo. Seu pai pega-o no colo, amarra no altar.
O menino que era riso fica assustado. Seus olhos brilham, uma lágrima parece querer escapar.
O menino Riso olha para uma faca afiada vindo em sua direção. Mas ela não chega atingi-lo, pois a providência do céu chega. Um anjo aparece e impede o menino de ser sacrificado.
O menino Riso suspira aliviado.
Um barulho nos arbustos, um balir. Ali um pequeno cordeirinho está preso. O pai Abraão solta o menino Riso e pega o cordeirinho e o sacrifica em seu lugar.
E assim o menino Riso, agora tem motivos para rir, pois ele foi sua vida foi poupada, porque um cordeirinho foi sacrificado em seu lugar.
E nunca mais o menino Riso esqueceu desse dia. O dia do sacrifício de Moriá, onde um cordeirinho morreu em seu lugar e depois desse dia, aprendeu a confiar no Deus do seu pai, o pai da fé.
E hoje eu quero dizer aos meninos e meninas felizes, meninos e meninas assustados, meninos e meninas amedrontadas, meninos e meninas que choram, meninos e meninas que brincam, enfim, aos meninos e meninas do Brasil que mesmo que vocês passem por uma situação muito difícil como o menino Riso, não desista de sonhar, de viver, pois existe um Paizão que um dia teve um filho chamado Jesus e que não o poupou por causa do seu amor por nós e por isso, seu único filho sacrificado em nosso lugar. Jesus Cristo é o cordeiro da providência, aquele que foi morto em nosso lugar. Então confie em Deus, entregue se Jesus com o coração grato e aliviado, pois era você que deveria ser morto, mas Jesus fez isso por você para que sejas feliz. Dê um suspiro aliviado, sorria e como o menino Riso, nunca esqueça desse dia feliz… Porque Jesus te ama e já fez o mais difícil por você.
Autora: Aurelina Silveira Ramos

O leão e o Ratinho

O leão e o Ratinho


Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que regressava a seus ninhos.
Na beira de uma lagoa, os sapos em profusão, cantavam bem ritmados, a sua velha canção. No mais, tudo era silêncio.
No entanto, nesse momento, surgiu um velho leão, a procura de alimento. Andava orgulhosamente, com passos lentos, pesados. E por onde ele passava, os bichos apavorados, fugiam para suas tocas, deixando livre o caminho.
Porém, eis que de repente, surgiu um pobre ratinho. O leão não perdeu tempo e assim estendendo a pata, alcançou o pobrezinho que corria pela mata.

- Vejam só, que sorte a minha! Abocanhei-te seu moço. Tu não és lá muito grande, mas já serve para o almoço!
  
- Tenha piedade senhor!  - Oh, solte-me por favor! Do que lhe serve matar-me! Pois veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome.

 - Pensando bem, tens razão! Eu vou soltar-te ratinho. O que ia fazer contigo, assim pequeno, magrinho. Segue em paz o teu passeio. Não vês, sou teu amigo, para mim de nada serves, quase não pode contigo!

- Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei. Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei.

 - Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo!

- Não sei, não sei majestade, mas prometo-lhe outra vez, algum dia, hei de pagar-lhe, o grande bem que me fez

E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho. E o leão tranquilamente, embrenhou-se na floresta.

Entretanto, de repente . . .
- Vejam, meninos, que horror!

O pobre animal, caiu na rede de um caçador. E a fera se debatendo de raiva e pavor, urrava!

E quanto mais se esforçava, mais a corda o enlaçava.
Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.

 - Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo. Espere. Fique tranquilo, pois vou tentar libertá-lo. Deixe-me roer a corda que o prendeu... assim...assim... não se mexa por favor, descanse e confie em mim.

E o ratinho foi roendo, roendo insistentemente, até que a corda cedeu e arrebentou finalmente!

- Pronto, estou livre afinal! - Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho!

E o ratinho humildemente, cheio de satisfação, estendeu sua patinha ao grande e velho leão!

- Amigo, não me agradeça, entretanto aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também
- E o leão compreendeu esta lição acertada!

Mais vale a calma e a prudência à fúria desenfreada

E o leão, aprendeu a lição!

"Mais vale, a calma e a prudência, à fúria desenfreada."

"Os pequenos amigos podem se revelar seus grandes aliados."

Fábula de Esopo recontada por Jean de La Fontaine  

A Bela Adormecida

A Bela Adormecida


Era uma vez, há muito tempo, um rei e uma rainha jovens, poderosos e ricos, mas pouco felizes, porque não tinham concretizado maior sonho deles: terem filhos.
— Se pudéssemos ter um filho! — suspirava o rei.
— E se Deus quisesse, que nascesse uma menina! —animava-se a rainha.
— E por que não gêmeos? — acrescentava o rei.
Mas os filhos não chegavam, e o casal real ficava cada vez mais triste. Não se alegravam nem com os bailes da corte, nem com as caçadas, nem com os gracejos dos bufões, e em todo o castelo reinava uma grande melancolia.
Mas, numa tarde de verão, a rainha foi banhar-se no riacho que passava no fundo do parque real. E, de repente, pulou para fora da água uma rãzinha.
— Majestade, não fique triste, o seu desejo se realizará logo: Antes que passe um ano a senhora dará à luz uma menina.
E a profecia da rã se concretizou, e meses depois a rainha deu a luz a uma linda menina.
O rei, que estava tão feliz, deu uma grande festa de batizado para a pequena princesa que se chamava Aurora.
Convidou uma multidão de súditos: parentes, amigos, nobres do reino e, como convidadas de honra, as treze fadas que viviam nos confins do reino. Mas, quando os mensageiros iam saindo com os convites, o camareiro-mor correu até o rei, preocupadíssimo.
— Majestade, as fadas são treze, e nós só temos doze pratos de ouro. O que faremos? A fada que tiver de comer no prato de prata, como os outros convidados, poderá se ofender. E uma fada ofendida…
O rei refletiu longamente e decidiu:
— Não convidaremos a décima terceira fada — disse, resoluto. — Talvez nem saiba que nasceu a nossa filha e que daremos uma festa. Assim, não teremos complicações.
Partiram somente doze mensageiros, com convites para doze fadas, conforme o rei resolvera.
No dia da festa, cada uma das fadas chegou perto do berço em que dormia a princesa Aurora e ofereceu à recém-nascida um presente maravilhoso.
— Será a mais bela moça do reino — disse a primeira fada, debruçando-se sobre o berço.
— E a de caráter mais justo — acrescentou a segunda.
— Terá riquezas a perder de vista — proclamou a terceira.
— Ninguém terá o coração mais caridoso que o seu — afirmou a quarta.
— A sua inteligência brilhará como um sol — comentou a quinta.
Onze fadas já tinham passado em frente ao berço e dado a pequena princesa um dom; faltava somente uma (entretida em tirar uma mancha do vestido, no qual um garçom desajeitado tinha virado uma taça de sorvete) quando chegou a décima terceira, aquela que não tinha sido convidada por falta de pratos de ouro.
Estava com a expressão muito sombria e ameaçadora, terrivelmente ofendida por ter sido excluída. Lançou um olhar maldoso para a princesa Aurora, que dormia tranqüila, e disse: — Aos quinze anos a princesa vai se ferir com o fuso de uma roca e morrerá.
E foi embora, deixando um silêncio desanimador e os pais desesperados.
Então aproximou-se a décima segunda fada, que devia ainda oferecer seu presente.
— Não posso cancelar a maldição que agora atingiu a princesa. Tenho poderes só para modificá-la um pouco. Por isso, Aurora não morrerá; dormirá por cem anos, até a chegada de um príncipe que a acordará com um beijo.
Passados os primeiros momentos de espanto e temor, o rei, decidiu tomar providências, mandou queimar todas as rocas do reino. E, daquele dia em diante, ninguém mais fiava, nem linho, nem algodão, nem lã. Ninguém além da torre do castelo.
Aurora crescia, e os presentes das fadas, apesar da maldição, estavam dando resultados. Era bonita, boa, gentil e caridosa, os súditos a adoravam.
No dia em que completou quinze anos, o rei e a rainha estavam ausentes, ocupados numa partida de caça. Talvez, quem sabe, em todo esse tempo tivessem até esquecido a profecia da fada malvada.
A princesa Aurora, porém, estava se aborrecendo por estar sozinha e começou a andar pelas salas do castelo. Chegando perto de um portãozinho de ferro que dava acesso à parte de cima de uma velha torre, abriu-o, subiu a longa escada e chegou, enfim, ao quartinho.
Ao lado da janela estava uma velhinha de cabelos brancos, fiando com o fuso uma meada de linho. A garota olhou, maravilhada. Nunca tinha visto um fuso.
— Bom dia, vovozinha.
— Bom dia a você, linda garota.
— O que está fazendo? Que instrumento é esse?
Sem levantar os olhos do seu trabalho, a velhinha respondeu com ar bonachão:
— Não está vendo? Estou fiando!
A princesa, fascinada, olhava o fuso que girava rapidamente entre os dedos da velhinha.
— Parece mesmo divertido esse estranho pedaço de madeira que gira assim rápido. Posso experimentá-lo também? Sem esperar resposta, pegou o fuso. E, naquele instante, cumpriu-se o feitiço. Aurora furou o dedo e sentiu um grande sono. Deu tempo apenas para deitar-se na cama que havia no aposento, e seus olhos se fecharam.
Na mesma hora, aquele sono estranho se difundiu por todo o palácio.
Adormeceram no trono o rei e a rainha, recém-chegados da partida de caça.
Adormeceram os cavalos na estrebaria, as galinhas no galinheiro, os cães no pátio e os pássaros no telhado.
Adormeceu o cozinheiro que assava a carne e o servente que lavava as louças; adormeceram os cavaleiros com as espadas na mão e as damas que enrolavam seus cabelos.
Também o fogo que ardia nos braseiros e nas lareiras parou de queimar, parou também o vento que assobiava na floresta. Nada e ninguém se mexia no palácio, mergulhado em profundo silêncio.
Em volta do castelo surgiu rapidamente uma extensa mata. Tão extensa que, após alguns anos, o castelo ficou oculto.
Nem os muros apareciam, nem a ponte levadiça, nem as torres, nem a bandeira hasteada que pendia na torre mais alta.
Nas aldeias vizinhas, passava de pai para filho a história da princesa Aurora, a bela adormecida que descansava, protegida pelo bosque cerrado. A princesa Aurora, a mais bela, a mais doce das princesas, injustamente castigada por um destino cruel.
Contos, fabulas e historinhas: A Bela Adormecida
Alguns cavalheiros, mais audaciosos, tentaram sem êxito chegar ao castelo. A grande barreira de mato e espinheiros, cerrada e impenetrável, parecia animada por vontade própria: os galhos avançavam para cima dos coitados que tentavam passar: seguravam-nos, arranhavam-nos até fazê-los sangrar, e fechavam as mínimas frestas.
Aqueles que tinham sorte conseguiam escapar, voltando em condições lastimáveis, machucados e sangrando. Outros, mais teimosos, sacrificavam a própria vida.
Um dia, chegou nas redondezas um jovem príncipe, bonito e corajoso. Soube pelo bisavô a história da bela adormecida que, desde muitos anos, tantos jovens a procuravam em vão alcançar.
— Quero tentar também — disse o príncipe aos habitantes de uma aldeia pouco distante do castelo.
Aconselharam-no a não ir. — Ninguém nunca conseguiu!
— Outros jovens, fortes e corajosos como você, falharam…
— Alguns morreram entre os espinheiros…
— Desista!
Muitos foram, os que tentarem desanimá-lo.
No dia em que o príncipe decidiu satisfazer a sua vontade se completavam justamente os cem anos da festa do batizado e das predições das fadas. Chegara, finalmente, o dia em que a bela adormecida poderia despertar.
Quando o príncipe se encaminhou para o castelo viu que, no lugar das árvores e galhos cheios de espinhos, se estendiam aos milhares, bem espessas, enormes carreiras de flores perfumadas. E mais, aquela mata de flores cheirosas se abriu diante dele, como para encorajá-lo a prosseguir; e voltou a se fechar logo, após sua passagem.
O príncipe chegou em frente ao castelo. A ponte elevadiça estava abaixada e dois guardas dormiam ao lado do portão, apoiados nas armas. No pátio havia um grande número de cães, alguns deitados no chão, outros encostados nos cantos; os cavalos que ocupavam as estrebarias dormiam em pé.
Nas grandes salas do castelo reinava um silêncio tão profundo que o príncipe ouvia sua própria respiração, um pouco ofegante, ressoando naquela quietude. A cada passo do príncipe se levantavam nuvens de poeira.
Salões, escadarias, corredores, cozinha… Por toda parte, o mesmo espetáculo: gente que dormia nas mais estranhas posições.
O príncipe perambulou por longo tempo no castelo. Enfim, achou o portãozinho de ferro que levava à torre, subiu a escada e chegou ao quartinho em que dormia A princesa Aurora.
A princesa estava tão bela, com os cabelos soltos, espalhados nos travesseiros, o rosto rosado e risonho. O príncipe ficou deslumbrado. Logo que se recobrou se inclinou e deu-lhe um beijo.
Imediatamente, Aurora despertou, olhou par ao príncipe e sorriu.
Todo o reino também despertara naquele instante.
Acordou também o cozinheiro que assava a carne; o servente, bocejando, continuou lavando as louças, enquanto as damas da corte voltavam a enrolar seus cabelos.
O fogo das lareiras e dos braseiros subiu alto pelas chaminés, e o vento fazia murmurar as folhas das árvores. A vida voltara ao normal. Logo, o rei e a rainha correram à procura da filha e, ao encontrá-la, chorando, agradeceram ao príncipe por tê-la despertado do longo sono de cem anos.
O príncipe, então, pediu a mão da linda princesa em casamento que, por sua vez, já estava apaixonada pelo seu valente salvador.
Eles, então, se casaram e viveram felizes para sempre!

O Rei de Quase Tudo


O Rei de Quase Tudo

“O Rei de quase tudo tinha quase tudo. Tinha terras, exércitos e tinha muito ouro. Mas, o Rei não estava satisfeito com o quase tudo.
Ele queria tudo. Queria todas as terras. Queria todos os exércitos do mundo. E queria todo o ouro que ainda houvesse.
Assim, mandou os seus soldados à procura de tudo. E mais terras foram conquistadas. Outros exércitos foram dominados. Nos seus cofres já não cabia tanto ouro. Mas o Rei ainda não tinha tudo. Continuava o Rei de quase tudo.
Por isso ele quis mais. Quis as flores, frutos e os pássaros. Quis as estrelas e quis o sol. Flores e frutos e pássaros lhe foram trazidos. Estrelas foram aprisionados e o sol perdeu a liberdade.
Mas o rei ainda não tinha tudo. Porque tendo as flores, não lhes podia prender a beleza e o perfume. Tendo os pássaros, não lhes podia prender o cantar. Tendo as estrelas, não lhes podia prender o brilho. E tendo o sol, não lhe podia prender a luz.
O Rei era ainda o Rei de quase tudo.
E ficou triste.
Na sua tristeza saiu a caminhar pelos seus reinos. Mas os reinos eram agora muito feios. As flores e os frutos tinham estrelas e o dia não tinha sol.
E triste como ele eram os seus súditos. Então o Rei de quase tudo não quis mais nada.
Mandou que devolvessem as flores aos campos e que entregassem as terras conquistadas.
Mandou que plantassem árvores para que dessem frutos e que soltassem os pássaros.
Mandou que distribuíssem as estrelas pelo céu e que libertassem o sol.
O Rei ficou feliz...
Na sua imensa alegria sentiu a P A Z . E sentindo a paz, o Rei viu que não era mais o rei de quase tudo. Ele agora tinha tudo”.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O Pandinha

Um dia, chateado, o Pandinha falou:
 - Eu detesto ser sempre o menor.
 - Gostamos de você assim - disse sua mãe.
 
- Mas eu detesto ser o menor - ele repetiu.
  O Pandinha saiu para brincar.

 
- Venha, vamos brincar de correr - disse o cavalo.
 
O cavalo correu e deixou o Pandinha para trás.

- Eu não posso correr tanto. Sou muito pequeno - ele disse
  O Pandinha entrou na floresta e viu o gorila pulando nas árvores com seus braços enormes.

- Vamos brincar nas árvores - disse o gorila.
 - Eu não posso, sou muito pequeno - ele 
respondeu.

O Pandinha foi brincar com a girafa.
 - Olhe quem está em cima da árvore! - ela disse.

O Pandinha subiu numa pedra e falou:
 - Eu sou muito pequeno, não consigo ver nada.
  De dentro do rio o hipopótamo chamou o Pandinha:
 - Venha brincar comigo na água.

 - Eu não posso, sou muito pequeno - ele respondeu.
  
O Pandinha virou-se e encontrou o tigre.
 
- Vamos brincar de saltar - disse o tigre. E deu um grande salto.
  Mas o Pandinha respondeu:
 - Eu sou muito pequeno, não consigo saltar como você.

  O Pandinha voltou para casa muito triste, e lá encontrou o menor rato que alguém já viu.

O coitadinho já estava de malas prontas para ir embora, porque não encontrava ninguém para brincar!

  - Vamos brincar? - perguntou o ratinho.
- Claro que sim! - disse o Pandinha alegre.

Dona Baratinha

Dona Baratinha



Dona Baratinha era muito trabalhadeira, gostava de manter sua casinha sempre limpa, arrumada e com flores nas janelas.
Um dia varrendo o sótão, encontrou três moedas de ouro. Naquele tempo, esta quantia valia muito e Dona Baratinha ficou muito feliz.

Com este dinheiro, poderia reformar a casa e comprar roupas novas.     O resto do dinheiro guardou dentro de uma caixinha. Agora que estava rica e elegante, com a casa reformada e um bonito enxoval achou que estava na hora de se casar.   Então, a tardinha, vestiu uma roupa bem bonita, fez um belo penteado e foi para a janela esperar os pretendentes.

O primeiro a aparecer foi o cavalo, o jovem mais fino da cidade. O cavalo achou Dona Baratinha muito graciosa. Dona baratinha então perguntou:

Quer casar com Dona Baratinha tão bonitinha e com dinheiro na caixinha? 

Sim!! Disse o cavalo.  

Mas Dona Baratinha tinha um sono muito leve e queria saber se o cavalo roncava alto.

Como é que você faz de noite? perguntou Dona Baratinha. 

O cavalo relinchou tão forte que Dona Baratinha o recusou.

Depois dele veio o boi, o galo, o cachorro, o burro e etc.

Infelizmente todos eram muito barulhentos e não iam deixar D. Baratinha dormir.

Já estava desistindo, quando apareceu D. Ratão muito elegante e charmoso.

Ela então, resolveu tentar mais uma vez. Felizmente, D. Ratão tinha uma voz suave e a noite seu ronco era fraquinho :Qui, Qui, Qui...       

Dona Baratinha ficou muito satisfeita com o pretendente e ficaram noivos.
Começaram os preparativos para o casamento.
Dona Baratinha toda agitada preparava um delicioso banquete para a festa do casamento e D. Ratão ajudava nos convites. Porém D. Ratão era muito guloso e pediu a noiva que fizesse para a festa seu prato favorito, feijão com toucinho.    
O feijão com toucinho que Dona Baratinha preparava estava muito cheiroso e D. Ratão ia toda hora na cozinha tentar provar um pouquinho, mas sempre tinha alguém perto.    
Tudo já estava pronto, banquete, igreja e os convidados chegando.
Dona Baratinha e D. Ratão muito elegantes e felizes estavam a caminho da Igreja, porém o noivo só pensava na feijoada.    Então disse para Dona Baratinha que tinha esquecido as alianças em casa, e que assim que as pegasse a encontraria na igreja.
D. Ratão voltou para casa e correu até a cozinha para comer um pouco do toucinho.  
Mas na afobação, escorregou e caiu dentro da panela do feijão morrendo afogado.
Dona Baratinha ansiosa esperava na igreja o noivo que não retornava.
Horas mais tarde, muito triste Dona Baratinha e alguns convidados decidiram voltar para casa e comer o banquete.
Logo descobriram o fim trágico do seu noivo e todos lamentaram muito.

A pobre Dona Baratinha chorou a noite inteira e desde aquele dia nunca mais preparou feijão com toucinho!

Cachinhos Dourados e os Três Ursos

Cachinhos Dourados e os Três Ursos


Era uma vez, uma família de ursinhos; o Pai Urso, a Mãe Urso e o Pequeno Urso. Os três moravam numa bela casinha, bem no meio da floresta.
O Papai Urso, o maior dos três, era também o mais forte, muito corajoso e tinha uma voz bem grossa. A Mamãe Urso era um pouco menor, era gentil e delicada e tinha uma voz meiga. O Pequeno Urso era o menorzinho, muito curioso e sua voz era fininha.
Certa manhã, ao se levantarem, Mamãe Urso fez um delicioso mingau, como era de costume. Porém, o mingau estava muito quente.
Sendo assim, mamãe Urso propôs que fossem dar uma voltinha junta pela floresta, enquanto o mingau esfriava.
E assim fizeram. Mamãe Urso deixou o mingau em suas tigelinhas, esfriando em cima da mesa e os três ursos saíram pela floresta.
Enquanto eles estavam fora, apareceu por ali uma menina de cabelos loiros cacheados, era conhecida como Cachinhos Dourados. Ela morava do outro lado da floresta, num vilarejo, e tinha o mau hábito de sair de casa sem avisar seus pais.
Quando se aproximou da casinha dos ursos, já muito cansada de tanto andar, resolveu bater na porta.
Bateu, bateu, mas ninguém respondeu.
Assim, ao perceber que a porta estava apenas encostada, resolveu entrar.
Ao entrar, se deparou com uma mesa forrada com uma bela toalha xadrez e em cima da mesa havia três tigelinhas de mingau.
Como estava com muita fome, e não viu ninguém na casa, resolveu provar a iguaria.
Provou, então, o mingau da tigela maior, mas achou-o muito quente.
Provou o da tigela do meio e achou-o muito frio.
Provou o mingau da tigelinha menor e achou-o delicioso, não resistiu e comeu-o todo.
Após comer o mingau, Cachinhos Dourados foi em direção à sala. Lá encontrou três cadeiras, como estava muito cansada, resolveu sentar-se.
Achou a primeira cadeira muito grande e levantou-se a seguir.
Sentou-se, então, na cadeira do meio, mas achou-a desconfortável e ainda grande demais.
Sentou-se na cadeirinha menor e achou-a muito confortável e num bom tamanho. Porém, sentou-se tão desajeitadamente que a quebrou.
Ainda cansada, Cachinhos Dourados resolveu subir às escadas.
Encontrou um quarto com três caminhas, uma grande, uma média e uma pequena.
Tentou deitar-se na cama maior, mas achou-a muito dura. Deitou-se na do meio e achou-a macia demais. Deitou-se na menor e achou-a muito boa. Estava tão cansada que não resistiu e acabou pegando no sono.
Enquanto ela dormia, os ursinhos voltaram do passeio. Foram logo à cozinha para tomar o mingau, que era o café da manhã. Estranharam a porta aberta, e logo perceberam que alguém havia estado ali.
__Alguém mexeu no meu mingau! - rosnou o Papai Urso.
__Alguém comeu do meu mingau! – disse brava a Mamãe Urso.
__ Alguém comeu todo o meu mingau! –gritou o Pequeno Urso.
Os três ursos se dirigiram para a sala. Papai Urso olhou para sua cadeira e exclamou:
__ Alguém sentou na minha cadeira!
Mamãe Urso, com sua voz, já não tão meiga, reclamou:
__ Alguém também sentou na minha cadeira!
O Pequeno Urso, chorando, queixou-se:
__ Alguém quebrou a minha cadeirinha!
Os três subiram as escadas, e foram em direção ao quarto.
Papai Urso olhou para sua cama e perguntou:
__ Quem deitou na minha cama?
Mamãe Urso olhou para sua cama e disse:
__Alguém esteve deitado na minha cama e deixou-a bagunçada!
O Pequeno Urso, muito bravo, gritou:
__Alguém está deitado na minha caminha!
Cachinhos Dourados acordou com o grito de Pequeno Urso.
Ficou muito assustada ao ver os três ursos bravos olhando para ela.
Seu susto foi tão grande que em um só pulo saiu da cama e já estava descendo as escadas. Mal deu tempo para que os ursos piscassem os olhos. Num segundo pulo, Cachinhos Dourados pulou a janela e saiu correndo pela floresta, rápida como o pensamento.

Depois desse enorme susto a menina aprendeu a lição, nunca mais fugiu de casa, muito menos entrou em casa de ninguém sem ser convidada.